Nascida em 1914, a simpática senhora é considerada a mulher mais idosa do bairro. Em junho, completa 101 anos
Jaboatão dos Guararapes é uma cidade histórica. Por suas veias, encontramos ruínas e fatos que marcam a história do Brasil. E pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuem com a “linha de tempo” do município. Um município cheio de vida, cheio de personagens. Na Rua do Rosário, em Muribeca dos Guararapes, mora uma simpática senhora que pode muito bem ser enquadrada neste cenário: é dona Clotilde Minevida Ribeiro, a Tida. No mês dedicado às mulheres, o perfil dela é justamente o primeiro a ser contado no Acontece, a agência de notícias do Jaboatão.
Nascida em 18 de junho de 1914, num parto que ficou a cargo da parteira Otília, que realizava partos em toda região,Tida é conhecida por todos em Muribeca dos Guararapes. É considerada a mais idosa moradora do bairro – em junho completa 101 anos. Veio de uma família humilde de quatro irmãos, estudou até a terceira série e destaca o nome de suas primeiras professoras, a quem nunca esqueceu. “Minha primeira professora foi Maria Vasconcelos. Foi quem que me ensinou a escrever”, registrou.
Já a segunda foi Estelita Maria, que dedicou sua vida a ensinar em escolas e engenhos. Hoje, em frente à casa de dona Tida, funciona a Escola Municipal Estelita Maria, em homenagem à educadora.
De sua infância, Tida diz que gostava muito de dançar e que peças teatrais que eram organizadas na época, bumba meu boi, pastoril e troças também faziam parte da diversão. Nesse tempo, assegura, não existia violência e não era nem necessário policiamento. “As portas dormiam abertas”, comenta dona Tida, que em grande parte da vida criou seus filhos sozinha, pois o marido a deixou. O sustento vinha de lavagem de roupas dos doutores e trabalhadores de usinas. Também trabalhou em casa de farinha e costumava levar na cabeça baldes de água para abastecer a vizinhança e ganhar seus trocados.
COMIRA NATURAL
A simpática senhora de Muribeca teve sete filhos. Três morreram no parto e quatro sobreviveram. Hoje, mora com a filha Alda Lúcia, 64 anos, que aos quatro anos pegou sarampo, doença que afetou sua visão. Mesmo assim ela varre, lava e cozinha, sempre ao lado da mãe.
Dona Tida é respeitada no bairro como um grande exemplo de vida. Fumou cachimbo quando jovem, mas nunca ingeriu bebida alcoólica, sua alimentação sempre foi natural. Atualmente ela fica em casa, toma medicamentos, vai à missa acompanhada por familiares uma vez por mês, sempre num domingo. Anda bem e sua dificuldade hoje, é a audição. A visão, assinala, continua boa e não precisa usar óculos.
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